de aves e de árvores, a mão solar das margens
do amor, a mão seca do deserto
ou florida dos campos do norte,
por que hesitas?
Ela puxar-te-à
para o centro da vida, o freixo abstracto
dos sentimentos, o tempo imóvel da memória.
Se essa mão se solta no tampo da mesa
como a mais ágil das presas, o animal de fogo
que se esconde no canto de cada frase,
a sombra secreta que os corpos libertam no veio
da manhã,
que te impede de a capturar?
Guardá-la-às
entre as tuas imagens, num vago herbário de emoções.
Mas, se nunca respiraste esse hálito divino,
o vento que sopra por entre os dedos que te abrem a eternidade,
a mais antiga das ilusões,
porque não regressas
ao laconismo dos arbustos queimados pela geada,
à luz fria do inverno?
Entrega-te ao efémero,
a chama que nasce no brilho breve de um olhar...»
(Nuno Judice)
1 Comments:
Gostei de ver o poema no teu blog. :) Jt*
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