sexta-feira, setembro 29, 2006

Escritas Passadas


Passei a vida a desistir…
Das coisas, das pessoas, das situações, dos momentos, de mim…
Passei a vida a andar para trás como um verdadeiro caranguejo faz.
Caminhei e a certa altura retrocedi.
No fundo, é como se quisesse regressar ao ventre materno onde ninguém pode entrar e a protecção suporta qualquer mazela. Onde o calor não entra em demasia nem se faz sentir o frio. Enfim, é confortável!...
Pudesse tudo ser agradável e a vida não teria o mesmo sabor!
Andar contra o vento ou a favor dele tem por vezes o sabor da conquista que tantas vezes ainda faço questão em negar.
Continuo com os meus defeitos, com a minha falta de coragem para reagir em determinadas alturas.
Assertividade.
Contudo, encontrei um véu dessa protecção (talvez uma pré-protecção?!?) que me leva ao encontro do que procuro: IR SENDO FELIZ…


(20 Agosto, 2006)

quarta-feira, setembro 27, 2006

Hoje, 26 de Setembro


Faz já tanto tempo que aqui não passo pra deixar umas linhas... Tenho andado como este céu: cinzento...
As férias correram da melhor maneira e o tempo foi aproveitado principalmente para descansar. Agora preparo-me para iniciar um trabaho de intervenção no campo das toxicodependências e comportamentos aditivos e estou entusiasmada com o que está para vir.


Numa altura, ou antes, num dia como o de hoje, em que passa exactamente um ano desde que finalmente decidi tratar de mim, desde que me predispus a compreender o que realmente estava mal na minha vida, no meu eu, prefiro deixar as palavras de uma autora que me tem 'acompanhado' nos ultimos dias no meu 'canto de leitura'... E prefiro-o porque tudo o que possa escrever hoje corre (sérios) riscos de estar direccionado para uma parte da minha vida que, apesar de não querer esquecer, não faço questão em lembrar...
E como alguém me disse um dia, eu hoje posso não saber o que quero para mim mas sei bem aquilo que não quero...


« Regra geral, o organismo dá-nos alguns sinais de aviso para que possamos reagir, mas na maioria dos casos não os identificamos e confundimos o nosso esgotamento com uma etapa de mau humor, a nossa insegurança com acções desonestas dos qu estão à nossa volta, a nossa irascibilidade com incompreensão dos nossos colegas, amigo, familiares... Por fim, "de tanto esticar a corda, esta acaba porse romper" e, então, tudo parece ser um drama na nossa vida.
Se aceitarmos as nossas limitações com naturalidade, se nos permitrmos falhar, se formos realistas assumindo a nossa condição humana, se sorrirmos não só nos exitos mas também nos momentos dificeis, acreditarems em nós mesmos!
O nosso valor depende do que somos e somos seres "únicos" no mundo, que estamos a tentar "crescer" e "encontrar" as "chaves" que nos facilitem o nosso desenvolvimento como pessoas.
Crer em nós próprios vai mais alémde aspectos circunstanciais, significa aceitarmo-nos, assumirmo-nos como somos; confiar em que continuaremos a melhorar à medida que continuemos a aprender dia após dia, em cada momento, em cada segundo das nossas vidas.
Não é complicado crer em nós próprios se aprendermos a tolerar as limitações que temos como seres humanos...»

(María Jesús Alava Reyes;
in 'A inutilidade do sofrimento')


É apenas um dos trechos que mais sentido me fez e que hoje me apeteceu cá deixar...sem grandes porques nem grandes porquês...
Voltarei em breve, assim espero.



A todos os que aqui vão passando, um obrigado pelo tempo dispendido e pela lembrança que ainda existo