«Imagina a distância melancólica dos salgueiros
nas margens dos rios da Babilónia, repete silenciosamente
o nome da terra de que foste deserdado. Habita
num instante metafisico a tua casa vazia, a solidão
com o passar do tempo, o abandono em que precariamente
subsiste tudo o que julgaste inabalável, o exílio
que te impuseram no primeiro dia de outono. Dá-me
um abraço, para que te diga, apaziguado pela proximidade,
que a solidão é o quinto lugar do medo.
A morte é o mais solitário de todos os acontecimentos.
Peço-te: não me olhes. Desejo que a morte me encontre
sozinho numa tarde azul de setembro, cercado por tílias,
adormecido no hipnótico murmúrio da brisa, na fragrância
anabolizante da terra, no escatológico ruor das folhas.»
nas margens dos rios da Babilónia, repete silenciosamente
o nome da terra de que foste deserdado. Habita
num instante metafisico a tua casa vazia, a solidão
com o passar do tempo, o abandono em que precariamente
subsiste tudo o que julgaste inabalável, o exílio
que te impuseram no primeiro dia de outono. Dá-me
um abraço, para que te diga, apaziguado pela proximidade,
que a solidão é o quinto lugar do medo.
A morte é o mais solitário de todos os acontecimentos.
Peço-te: não me olhes. Desejo que a morte me encontre
sozinho numa tarde azul de setembro, cercado por tílias,
adormecido no hipnótico murmúrio da brisa, na fragrância
anabolizante da terra, no escatológico ruor das folhas.»
(JoséRuiTeixeira)
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home