segunda-feira, novembro 06, 2006

Negar-te


«Não tenho mais palavras
Gastei-as a negar-te...
(Só a negar-te eu pude combater o terror de te ver em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada
Era certa, a meu lado,
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente...
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas
Soltei a voz, arma que tu não usas,
Sempre silecioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia...
Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.»


(Miguel Torga)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mais uma vez puseste-me a chorar... mas o meu estado de espirito não é dos melhores!(para variar).
Estou cansada de andar assim, farta de só me lamentar qdo abro a boca, porque é qu enão arrebito, foda-se! Naõ me reconheço. Quero voltar a ser aquela menina ingénua e inocente que tinha sonhos e acreditava neles, aquela menina que tinha esperança para o futuro, que acordava com uma força incrivel para enfrentar este mundo de merda... Mas essa menina morreu. Desculpa, mas só me saem disparates da boca! Já chega, vou escrever num papelinho e mete-lo no meu muro das lamentações ;) Beijocas linda (vou saber se tudo correu bem contigo com a operação)

quinta nov. 09, 11:02:00 da tarde WET  

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