??foi natal??
Da janela de minha casa são ainda visiveis as luzes ques piscam coloridas, por cima de pinheiros, ora grandes ora mais pequenos. Algumas luzes ocupam janelas ou compartimentos que visualiso também mesmo sem querer... apenas pelo simples facto de me aproximar da minha semi-varanda (se é que isto existe) para acender um cigarro. Dou um trago. Dou um gole neste liquido que me aquece o estômago e me faz sentir mais confortável (não é que eu esteja mal porque efectivamente assim não estou!) e vêem-me à lembrança uma série de momentos, de caras, de sorrisos, de gargalhadas, de pessoas que, de uma maneira ou de outra, por um momento ou por vários, ficaram este ano a fazer parte da minha vida. Sim, porque todos\as os\as que por ela passaram vao ficar nem que só em recordações.
Natal. Não me ‘cheirou’ a natal, utilizando o verbo que toda a gente faz questão em usar e que pouco tem a ver com o sentir. Mas a minha realidade é esta. O natal deixou de ser o jantar em familia onde se aguardava a meia-noite para ansiosamente ver o que estava por detras dos embrulhos encostados à àrvore para passar a ser um jantar de familia onde o bacalhau com batatas consegue ter um sabor fantástico e onde há a capacidade de aproveitar esse mesmo jantar usufruindo da companhia. Isto porque o natal de que toda a gente fala, esse natal de distribuição de amor e carinho não mais é do que palavras soltas da boca de quem diz o que quer sentir. Todos sabemos que o natal não mais é do que mais um dia no ano, onde o consumismo ganha impulsos exurbitantes mesmo nos dias de crise pelos quais passamos (e contra mim falo!). Natal. Pouco o senti porque não houve árvore nem anjinhos, nem sininhos, nem menino jesus...
Apesar de tudo gosto desta altura do ano! Gosto de ver as ruas iluminadas e de ouvir a musica de natal. adoro musica de natal. gosto de ver as pessoas a correr de um lado para o outro um pouco mais do que o normal e ver as lojas acatrefadas de gente – apenas ver porque para lá ir prefiro-as com muito pouca gente, se não mesmo vazias. A verdade é que sou uma consumista nata! Mesmo sem dinheiro tendo ao consumo muitas vezes daquilo que nem sequer preciso. O simples prazer em comprar, em dar o gosto à compulsão, a mim própria, aos meus caprichos. E não sou assim apenas em dezembro, consigo ser pior e ser assim todo o ano!
Faltam 2 dias para acabar o ano e parece que anda tudo doido. Festas de reveillon, noites de gala, festas privadas, copos, planos para uma ‘noite bem passada’. Eu penso na minha, sempre igual de há uns anos a esta parte mas isso não me incomoda, afinal estou em trabalho e se quero ganhar dinheiro nada mais tenho de fazer do que tirar o maior partido do sitio onde vou estar já que não estarei no sitio onde quero. Isso não interessa, tb não foi essa a razão que me levou a escrever hoje aqui.
A razão que me levou a retomar a escrita que ultimamente tem andado parada foram mesmo as recordações...as lembranças. Enerva-me pôr hipóteses! Detesto levamtar hipoteses na minha cabeça e ficar sem resposta. Muitas vezes, claro, não tenho arcaboiço suficiente para confrontar as pessoas (algo que terei de melhorar) outras, não menos vezes, sinto que fogem de mim, que me evitam e aí.... brrrrrrrrr... que raiva que se me apodera! É que fico a bater mal com as merdas e às vezes tudo não passa mais além do que meras expectativas criadas e destruidas acerca de alguém ou de alguma coisa.
Vaga. Sim, a escrita é vaga mas não vã. Não é concreta nem dirigida a ninguém. É obvio que quando escrevo tenho imagens que passam ‘em rodapé’ na minha mente. Por isso escrevo. Escrevo porque é uma forma de desabafar aquilo que não quero ou não consigo falar. Nem sempre tenho com quem. É verdade que me sinto sozinha muitas vezes mas não é isso que me faz desistir, muito pelo contrário. Estar sozinha dá-me muito tempo para pensar, tempo demais até (às vezes pode ser um problema, outras, pode ser a solução).
Lembranças dizia eu...
Um dia escreverei sobre elas...