Uma procura
A exigência a que se submete rouba-lhe a vida que se lhe escapa em vagos momentos de euforia.
... Volta a fracassar...
Quando se examina diz-me compreender-se mas não o conseguir transmitir em palavras... A vergonha do que sente, a incapacidade em lidar com os medos que carrega e com a falta de confiança em si...
E mudar é um processo tão dificil que diz ainda não saber querer...
Acaba por se esconder à vista de todos enquanto procura uma atenção, muitas vezes tendo pena de si própria...
Desaprendeu a vida e não se dispõe ao trabalho de a construir novamente. Desacreditou o mundo e condena-o com a consciente ausência da razão.
Vive em contradição... É irmã da solidão...
Enquanto lhe enxuto as lágrimas que deixa escorrer em momentos de maior desespero recordo-lhe que não está só mas isso não é o suficiente...
Clama à morte um hino onde o estribilho 'vem-me buscar' é seguido de palavras, não suas, mas amargamente por ela sentidas:
«Corto os braços para saber o limite, para ter a certeza de que não é engano a raiva que sinto, nem miragem o local onde o meu corpo habita. Anseio mergulhar num mundo onde nada de errado irei fazer, num universo onde nada de contarditório me fará sofrer. Não sei se conseguirei. Apesar de me agradar morrer não tenho forças para me matar, não tenho capacidade para vencer a próxima luta, não sei como agir quando confrontada com a possível derrota. Por isso volto sempre ao mesmo assunto.»
... e volta...
... eu sei que volta...
Abraço em todos os que cá passam.